Sábado, 22 de Setembro de 2007
A HORTA BIOLÓGICA
Parte-se do ponto de vista que o consumidor também deve decidir-se na
escolha dos seus produtos. Actualmente, existe uma consciência
generalizada sobre a má qualidade da alimentação industrial.
Objecta-se, por vezes, que sendo a poluição uma ocorrência de carácter
geral, ninguém pode pretender a obtenção de produtos biológicos.
Se ao agrobiologista não estiver ao abrigo das manobras dos seus
vizinhos o seu solo terá adquirido uma composição diferente, que não
se compara com a de uma terra que se possa considerar como simples
suporte para os adubos solúveis.
Este solo será rico em húmus, será habitado por uma vida intensa:
microorganismos, bactérias, fungos,, minhocas, etc. Portanto, o
problema deve colocar-se com clareza:
"UVIDAR-SE DA RODUÇÃO BIOLÓGICA SOB PRETEXTO DE QUE NEM TODAA
SUPERFÍCIE DO GLOBO PODE RECONVERTER-SE AOS MÉTODOS AGRÍCOLAS NATURAIS
É UMARGUMENTO D MÁ- FÉ ...".
Portanto cada individuo pode produzir simplesmente uma parte da sua
alimentação, caso queira saber o que está a comer e pretenda renovar,
simultaneamente, os laços estabelecidos com aterra, com os vegetais,
que apenas pedem para ser amados de modo a poderem dar, também algo de
si.
Recolha de
JOÃO BRITO SOUSA
Sábado, 15 de Setembro de 2007
PROTECÇÃO NA AGRICULTURA
Aos trabalhos de manutenção agrícola junta-se agora uma luta
incessante contra os acidentes e os inimigos da agricultura, cujos danos são por vezes tão importantes que afectam não só a produção como
também a podem alterar ou destruir.
São exemplos disso, os acidentes de ordem climática: as geadas, a queima, o granizo, raios e o vento.
AS GEADAS
As geadas podem cair pelo Outono, no Inverno e na Primavera; mas a
acção e as consequências deste agente climático variam consoante a
estação e em função da intensidade do frio e do estado das plantas.
As geadas de Outono caem antes da quedadas folhas; as geadas de
Inverno caem desde a queda das folhas até ao abrolhamento e as geadas
da Primavera caem durante e até depois doabrolhamento.
É muito importante proteger as plantas das geadas por causa de
garantir as colheitas.
A colheita é um conjunto de operações que permitem retirar as uvas das
cepas e conduzi-las até ao local do armazenamento. O termo colheita
aplica-se às uvas de mesa enquanto o termo vindima está mais
reservado às uva s para vinho.
O SABOR DAS UVAS É EXTREMAMENTE IMPORTANTE PARA A DETERMINAÇÃO DA
QUALIDADE DO VINHO.
João Brito Sousa
Sábado, 8 de Setembro de 2007
O senhor PASSOS era comerciante e tinha ali no Patacão, uma loja de negócio em frente da casa da Professora Silvana, a mãe do Brigadeiro Salvador Carvalho e do bancário Custódio Julião.
Talvez que no lugar do Passos tivesse sido noutros tempos passados o negócio do Virgílio Baeta que ainda penso ter conhecido vagamente.
A zona era boa para o negócio e quem vinha de Mar e Guerra para o Patacão o primeiro estabelecimento que encontrava era o do Ti Zé Manelinho, cujos clientes mais fiéis eram o Ti Mateus Barras e o Ti Zé da Cova. Depois apareciam outros.
Um pouco mais à frente para quem vai, à esquerda era a carvoaria do PASSOS, que vendia palha, carvão, alguns bens alimentares e uns copos
O meu avô Zé Apolo costumava andar por lá.
O senhor Passos tinha dois filhos; um era a GRACIETE , uma menina muito bonita.
Ai vai um poema.
A CARVOARIA DO SENHOR PASSOS..
Lembro-me bem do Passos; de tez morena
Era um homem de trabalho.. camionista!...
E a sua empreitada não era nada pequena.
E para ele... cada negócio era uma conquista..
Era o Pai da Graciete de grande beleza ...
Que raio de moça aquela... parecia moura!...
Se os encontrasse hoje por aí de certeza...
Que reconheceria aquela cabecita loura..
Amigo Passos... onde é o serviço agora?..
Onde é que para, onde está onde mora?
Diga onde é.. ainda gostava de o ver um dia.
Quando for ao Patacão diga-me por favor..
Que eu, se puder, vou lá ter com o senhor.
E vamos comemorar o encontro na carvoaria.
João Brito Sousa
Domingo, 2 de Setembro de 2007
O ARADO
Ao amigo MONTEIRO que nunca teve a felicidade de condzir um arado.
Era o meu utensílio preferido.
Anda bonita ... vai a rego laranja.. Era assim que Mestre Joaquim Boieiro falava com o gado. Com uma só mão na charrua, segurava na outra a aguilhada e falava aos animais.. Vai laranja...anda lá bonita, vai...
Nunca lavrei com vacas nem com bois. A minha especialidade era a mula. Lavrava e gradava a terra com a Licas, o muar de serviço que havia lá em casa. Era dia grande quando o meu padrasto me dizia: João, vais lavrar a folha grande na Hortinha da Mercedes Ladeira (terras arrendadas).
Ia buscar a Licas à cabana, desatava a arreata do cabresto que estava preso na argola da cabana onde ela dormia, punha-lhe o mulim no pescoço e depois o cabresto de sair para o carro, pegava-lhe pela arreata e metia-a debaixo da cangalho do carro de mula, que por sua vez, estava lá em cima, pois o carro estava apoiado no chão, pela parte de trás, .pela rabicha. Como o cangalho do carro estava lá em cima puxava – o com a ajuda do descanso, o utensílio de apoio..
Uma vez engatada a Licas no carro, vinha para a estrada com ela e conduzia-a através das arreatas ou rédeas, umas cordas que vinham do cabresto até `as minhas mãos, eu que ia sentado na cabeça do carro, logo a seguir à parte de trás da LICAS. As arreatas ajudavam a conduzir o animal, pois indicavamo-lo, puxando-se a arreata para o lado que queríamos que o muar se voltasse.
E assim chegava`a Hortinha .
Depois era só engatar a Licas no arado de madeira, que pegava com uma mão só, enquanto com a outra pegava nas arreatas para conduzir o animal.
E que belos regos que eu fazia.
Que felicidade a minha pela eficácia do trabalho realizado.
Que saudades.
E a Hortinha ainda lá está.
João Brito Sousa.