Vergílio Ferreira (1916-1996)
nasceu em Melo, Serra da Estrela, e faleceu em Lisboa.
Frequentou o Seminário do Fundão (1926-1932) e licenciou-se em Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1940).
A par do trabalho de escrita, foi professor de Português e de Latim em várias escolas do país. Inicialmente neo-realista, depressa Vergílio Ferreira se deixou influenciar pelos existencialistas franceses (André Malraux e Jean-Paul Sartre),
VF iniciou um caminho próprio a partir do romance Mudança (1949). É considerado um dos mais importantes romancistas portugueses do século XX, tendo ganho vários prémios, entre eles o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (ganho duas vezes, primeiro com o romance Até ao Fim e depois com o romance Na tua Face), e o Prémio Femina na França com o romance Manhã Submersa
Aí vai o parágrafo inteiro donde retirei a frase que elegi como o FRASE DE HOJE.
" E havia tanta vida ainda em ti para eu também ir vivendo. Porque a vida de quem amamos não é só a que lá está mas a que nós lá pusemos para depois irmos gastando. Ainda agora, vê tu. Amar-te ainda agora na memória difícil. Na memória estúpida sem razão. Porque não se trata afinal do que foste, era bom que entendesses. O que foste tinha um proprietário que eras tu e mesmo eu que também tinha direito...."
E o comentário de A.SILVA com direito a post.
" Vergílio Ferreira foi um grande escritor e as suas obras estão aí para que continue a se-lo. Mas... Reconhecer a grandeza de uma obra não significa, necessariamente, gostar dela. Pelos vistos não serei o único a não apreciar sobremaneira os escritos de Vergilio Ferreira. Mas, embora não apreciando a sua forma des escrever, achando a construção das suas frases um quase emaranhado de palavras que cortam a fluência da leitura e dificultam a fácil apreensão dos conceitos e ideIas que pretende transmitir , tal como Sartre, não concordo que se diga que ele não está entre os maiores escritores. Talvez os largos anos de estudo seminarista, no domínio do latim que proporciona, aportando um vasto e profundo conhecimento das palavras o tenha conduzido a essa forma de escrever. Reportando-me à frase que escolheste, deixa-me realçar os dois conceitos, bem distintos, que lá moram: que não há vida de dois amantes sem a inevitável e recíproca assimilação da vida do amado, um e que o relacionamneto continuado leva ao desgaste, muitas vezes â rotura da relação, o outro. Mas permite-me acrescentar que entendo e defendo que a longevidade duma relação é directamente proporcional à quantidade de vida que cada um dos dois consegui receber do outro. E perfilho a ideia de que a rotura - duma relação a dois - só acontece quando o egoímo de um não permite a absorção da vida do outro. Neste caso, a paixão descamba de imediato no desinteresse, sem passar pelo estado intermédio. E a separação é inevitável porque morre -ou nós gastámos, como diz VF - a porção de vida que o outro absorveu. Bem visto! Qualquer dia até começo a gostar de Vergílo Ferreira... arnaldo silva felizmente reformado
João Brito Sousa
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