A RIA FORMOSA NO PIOR E NO SEU MELHOR.
Ao José António e ao Leonel, os homens da Ria que estudaram comigo na ESCOLA COMERCIAL E INDUSTRIAL aí da cidade.
A propósito do melhor e do pior da Ria Formosa, ocorre-me abordar o tema do PARQUE NATURAL DA RIA FORMOSA.
Antes porém, gostava de referir que, em miúdo ia com a minha mãe à Ria, apanhar “murraça” que, se bem me lembro, servia de alimento para os animais.
O PARQUE NACIONAL DA RIA FORMOSA foi fundado em 1987, numa extensão de 60 Km pela costa algarvia, entre o Ancão (concelho de Loulé) e Manta Rota (concelho de Vila Real de Santo António), ocupa uma superfície de cerca de 18.400 hectares, abrangendo partes dos concelhos de Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Sto António.
Grande parte da área corresponde ao sistema lagunar da Ria Formosa, um cordão de ilhas e penínsulas arenosas dispostas paralelamente à costa, protegendo uma laguna que forma um labirinto de sapais, canais, zona de vasa e ilhotes. Este cordão é constituído fundamentalmente pela Península do Ancão (que inclui a incorrectamente chamada "ilha de Faro"), as ilhas da Barreta, Deserta, Farol-Culatra (onde se encontra o farol de Sta Maria e a povoação piscatória da Culatra, frente a Olhão), ilhas da Armona-Fuseta, de Tavira, Cabanas e, finalmente, Península de Cacela
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A Convenção de Ramsar (tratado inter-governamental adoptado em 1971 na cidade iraniana de Ramsar) classificou a área, como Zona Húmida de Interesse Internacional. Aqui abrigam-se no Inverno espécies de aves do norte e centro da Europa como os:
· Pato-trombeteiro
· Marrequinho-comum
· Maçarico-real
· Tarambola cinzenta
· Etc.
Símbolo do Parque é o caimão-comum, espécie rara que em Portugal existe e se reproduz exclusivamente nestes lagos algarvios. O flamingo e a águia de asa redonda, a galinhola e o guarda-rios são outras aves que aqui se podem observar.
Outro habitante do Parque, quase extinto na Europa, é o camaleão.
A nível botânico, a área também é de grande interesse, especialmente pela vegetação das zonas de duna e sapal.
A Ria tem também uma importância económica enorme devido à variedade de peixe, marisco e bivalves, sobretudo para Olhão, cidade também conhecida por ser a capital da Ria Formosa. Aqui se cultiva a amêijoa, saindo desta área cerca de 80% do total de exportação do país. A dourada, o robalo ou o camarão-de-Quarteira e o atum são peixes abundantes
Outra actividade económica importante é a extracção de sal em salinas que, actualmente são também zonas de refúgio de algumas espécies. Algumas destas salinas transformaram-se em autênticas indústrias de ponta de aquicultura de peixes, tendo atraído capitais e conhecimento estrangeiro, em colaboração com a investigação que se faz na Universidade do Algarve.
O Parque Natural da Ria Formosa tem sede em Olhão (perto do Parque de Campismo de Olhão, em Marim) e oferece aos seus visitantes um percurso pedestre de 3 Km, no qual pode visitar:
- uma estação romana do séc. IV, com vestígios de antigos tanques de salga de peixe
- um moinho de maré
- uma barca de atum que levava o pescado às fábricas de conserva da área
- um observatório de aves em liberdade
- um aquário anexo ao Centro de Educação Ambiental
- Centro de Recuperação de Aves, onde se reabilitam aves feridas
- Centro de Reprodução e Criação de Cães-de-Água do Algarve
Poderá ainda visitar o Chalet do Poeta João Lúcio onde funciona actualmente uma Ecoteca.
(texto retirado da net)
A Ria tem de ser apenas lado melhor; há que eliminar o pior. É preciso defender Faro, a nossa cidade.
João Brito de Sousa
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