RECORDANDO O
PRIMO MANUEL PATULEIA
E nisto entra o Salvador Policarpo que grita... ó Manel estou desgraçado...E o primo Manuel responde, cantando assim:
O que é que tens ó Salvador...
Diz-me qual é o teu mal.
Mas fala já por favor
Será alguma coisa especial?...
Salvador o que e que tens
Diz tudo e diz agora
Diz lá porque é que vens
Se não é melhor ires embora
Um homem ao pé de mim
Tem de ser forte e valente
Só quero amigos assim
Não pode ser diferente.
E nisto chega o Zé Lipardo que dedilhando a guitarra naquele tom magoado, faz parar o primo Manel e o guitarrista Américo Chumbinho e é ele que canta agora. A guitarra parece que chora quando o Zé canta assim:
Fui estudante em Lisboa
E estudava todos os dias
Aquilo era coisa boa
Se encontrava o Zé Matias.
Eram guitarradas seguidas
Com uns copos a acompanhar
E com as almas bem bebidas
Passávamos a noite a cantar.
O Matias também cantava
Ele foi grande cantador
Aquilo nunca mais parava
E o Zé parecia um Doutor
Cantava fado e balada
De Coimbra ou de Lisboa
Onde ele tinha uma amada
Que era taberna e patroa.
Quando se acabava o carvão
O Matias ficava em brasa
Acabava-se o fado canção
E a malta ia para casa.